Fisioterapia no Câncer de Próstata
O câncer de próstata (CaP) é o mais comum entre os homens , excluindo câncer de pele não melanoma e a terceira causa de morte masculina no mundo.
O câncer de próstata na sua forma inicial raramente é sintomático devido ao pequeno volume tumoral. A presença de sintomas pode significar que a doença pode estar localmente avançada e ou metastática.
Alguns dos sintomas relacionados ao aumento do volume da glândula e consequente obstrução intravesical são: jato urinário fino e fraco, dificuldade para iniciar a micção, gotejamento terminal e intermitência (interrupções do jato), disúria (dificuldade para urinar acompanhada de dor), dor local, frequência miccional aumentada, urgência miccional e incontinência.
Alguns sintomas relacionados com a doença extra-prostática (mais avançada) são: dor local, dor óssea, principalmente na região lombo-sacra, inapetência e emagrecimento.
Esse é um tipo de câncer que pode ser prevenido através de detecção de alterações prostátaticas pré-neoplásicas evitando a doença e ou detecção precoce do tumor, aumentando significativamente o número de casos de cura da doença. Os exames de Antígeno Prostático Específico (PSA) e o exame físico com ênfase no toque retal aumentaram a o número de diagnóstico precoce dessa patologia nas últimas décadas e devem ser realizados anualmente pelos homens a partir de 45 anos de idade.
O tratamento cirúrgico pode ser feito por meio de prostatectomia radical ou ressecção transuretral e vai ser escolhido de acordo com alguns fatores como idade do paciente, condições de saúde do paciente e o estadiamento da doença. Esses tratamentos podem desencadear complicações pós-operatórias diversas, sendo as mais comuns a incontinência urinária e a disfunção erétil. Essas complicações tem impactado menos a vida dos pacientes devido ao grande avanço das técnicas cirúrgicas e da intervenção fisioterapêutica no pré e pós-operatório.
A fisioterapia é indicada como primeira opção de tratamento, onde a melhora dos sintomas variam de 50% a 97%. E consiste especialmente em realização de treinamento dos músculos do assoalho pélvico para melhorar a função e o tônus muscular, além de proporcionar uma contração consciente e efetiva nas situações em que há o aumento da pressão intra-abdominal melhorando a continência. A eletroestimulação funcional dos músculos do assoalho pélvico promove analgesia, fortalecimento desses músculos e inibição do músculo detrusor que quando se contrai expulsa a urina da bexiga. Em casos de processos dolorosos após a cirurgia pode ser usada a eletroestimulação transcutânea para promover efeito analgésico, dando conforto ao paciente. O Biofeedback é outro recurso terapêutico que pode ser um complemento ao tratamento fisioterapêutico e também usado como instrumento de avaliação.
A abordagem fisioterapêutica para prevenir ou eliminar as sequelas dos pacientes em tratamento do câncer de próstata deve ser sempre realizado por um fisioterapeuta especializado em oncologia ou uroginecologia.
Cláudia Oliveira
CREFITO 4/106531 C
Fisioterapeuta Especializada em Oncologia